quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Evolução e Conceitos sobre a Terceira Idade...


A expressão Terceira Idade surgiu na França para designar o período de vida que se estabelece entre a aposentadoria e a velhice. No século XIX, na França, a velhice era tratada como um problema social por conta do alto crescimento da classe operária, do sistema capitalista de trabalho e do grupo de procedimentos que passaram a orientar a ordem estabelecida. O termo velhice era uma característica das pessoas que na podiam garantir financeiramente o seu futuro. A população com mais de 60 anos era dividida em dois grupos com diferentes denominações vieux, ou seja, velho ou velhote. Já aqueles que tinham um alto poder aquisitivo, e faziam parte da classe alta eram chamados de idosos, personne âgée, em francês.


No Brasil não foi tão diferente assim, o vocábulo “velho”, recebeu classificação parecida com a que os franceses denominavam por algum tempo, uma conotação negativa, ou seja, a de um indivíduo inerte, sem perspectivas. Recentemente a expressão velhice entrou no vocabulário dos brasileiros, o termo idoso não era muito empregado no Brasil, tanto que velho e idoso podem se confundir, mas o segundo marca um tratamento mais respeitoso.

“A noção de velho é fortemente assimilada a decadência e confundida com incapacidade para o trabalho: ser velho é pertencer à categorização emblemática dos indivíduos idosos e pobres.” (PEIXOTO, 2007, p. 72).

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD), o Brasil possui 11.326.901 pessoas com mais de 60 anos, e virá crescer ainda mais, o que já torna o Brasil um país de “Meia-Idade”. Na Bahia, segundo o PNAD/2003, a população baiana com mais de 60 anos já alcançava 1,23 milhão de pessoas e correspondia a 9,1% do total. A região metropolitana de Salvador, segundo a SIS/2006, apresenta uma população de 229.209 pessoas com sessenta anos ou mais. A velhice é um fenômeno biológico e cultural, é também um processo comum a todos os seres vivos, “ser velho” é um fenômeno que se altera no tempo e no espaço. Para tanto em nossa sociedade ser velho significa improdutividade, afastamento das atividades sociais, dessa forma cria-se uma barreira que impede o idoso de exercer funções que poderiam estar sendo desenvolvidas normalmente.
Culturalmente, velhice está associada ao aspecto econômico, profissional e de produção. As qualidades dos jovens determinam pejorativamente a dos velhos, pois, a juventude está cheia de força, garra, beleza, memória, e produtividade, características que se encontram ausentes na velhice.
Ao contrário do que normalmente se pensa em função de preconceitos e da falta de informação, a expressão Terceira Idade, não se define como uma etapa incômoda e apática da vida. A conscientização da sociedade e dos idosos vem debatendo cada vez mais para que seja incluído o conceito de envelhecimento ativo, adotado pela OMS, que consiste em um processo que busca aperfeiçoar as oportunidades de bem estar físico, mental e social, participação segura, com a finalidade de melhorar a qualidade de vida das pessoas que envelhecem.


“A sociedade destina ao velho seu lugar e seu papel levando em conta sua idiossincrasia individual: sua impotência, sua experiência; reciprocamente, o indivíduo é condicionado pela atitude prática e ideológica da sociedade em relação a ele. Não basta, portanto, descrever de maneira analítica os diversos aspectos da velhice: cada um deles reage sobre todos os outros e é afetado por eles; é no movimento indefinido desta circularidade que é preciso apreendê-la.” (BEAUVOIR, 2005, p. 74.).

Devido ao papel fundamental do jornalismo de informar à sociedade sobre temas e assuntos de interesse público, através da disseminação de informações, no que diz respeito à conscientização do ser humano. Escolhemos o tema “Amor na terceira idade” para produzir um trabalho que instigue e desperte à sociedade para um assunto de alta relevância, que representa os idosos e sua qualidade de vida no Brasil, visto que viver mais é importante, desde que se consiga agregar qualidade aos anos adicionais de vida.
Neste sentido, o jornalismo pode ser utilizado como uma ferramenta, a fim de possibilitar a formação de uma sociedade consciente e responsável para com os idosos.

A forma de comunicação escolhida foi o documentário. Iremos produzir um documentário que servirá como um documento histórico e explicativo do que representa a sexualidade dos idosos para eles mesmos e para a sociedade nos dias atuais – sobretudo porque, de acordo com pesquisas, até os dias atuais nenhum documentário desse tipo foi produzido em Salvador e apresentado à sociedade.

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